terça-feira, 6 de outubro de 2009
A Diligência
"no horizonte, lá bem pra trás onde a vista não alcança, pode-se ver pequenos rolos de poeira subindo contra o céu azul do deserto, enquanto pelas ruas voam feixes de capim enrolados pelo vento, A Diligência se anuncia com toda a aura de magia que envolve esse acontecimento a cada mes, sem falhar, no mesmo dia, quase à mesma hora, trazendo notícias do leste, cartas, documentos, um pouco de dinheiro, e como num moderno aeroporto sua chegada corresponde a mais uma vitória contra todas as dificuldades e perigos da caminhada. O pequeno grupo de pessoas do vilarejo espera ansioso , as palavras são econômicas como devem ser nas ruas açoitadas por esse vento de granizos secos, as crianças se protegem como podem, os adultos já com a pele curtida enfrentam com resignação, as abas dos chapéus baixadas, as mulheres com panos na cabeça e olhos. Agora já se podem reconhecer os detalhes , os sons vão aumentando, os cascos batendo ritmado e o rangido de dor das madeiras contra os metais, a velocidade é grande, parece que vão passar direto, já estão no início da rua principal, não vão conseguir parar, o grupo por instinto se afasta um pouco, ouve-se o estalar dos chicotes, os dois cavalos da frente, agora podemos ver os detalhes, têem os olhos injetados, são duas brasas incandescentes, o barulho é ensurdecedor, o grupo está boquiaberto, os condutores em suas capas negras nem olham do lado,as cortinas baixadas impede que se vejam os passageiros, a rua termina em seguida, a fumaça de terra é grande, parece que passou uma boiada por aqui. O grupo se disperça aos poucos, desapontado, alguns cachorros latem voltados pro nada. "
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