quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Lacan

Vivemos alternada e indefinidamente vibrando entre duas vias , uma interna e outra externa e nosso mundo como o entendemos é esse constante viajar nesse espaço privilegiado.
Dito isso, voltamos para nossa história que está muito legal, um zumbido insuportável acorda todos os moradores da velha pensão no bairro de Santa Cecília. Não é violentamente nostálgico ?, lembra bem os casarões da Martinico  Prado com  suas janelas dando para a  calçada ,  inúmeros quartos a maioria servindo como  pensões para estudantes gerenciadas por velhas tias solteironas ,corcundas algumas, alcoólatras, religiosas e que adoravam uma boa e farta comida, tipo galinha caipira no molho pardo ,polenta, uns torresmos talvez, ou um quartinho de  leitoa assada , e vinho .
Voltando novamente, hoje está difícil de manter o foco, como diria Blues eyes. Pego o megafone pois preciso da atenção de todos. "Vamos  para a cena anterior !! grito para os atores, "voltem aos seus lugares e congelem na cena da reunião , atenção vamos vamos ".Todos se movimentam menos Dona Acyoly que fica onde está embevecida com tudo aquilo, está em um verdadeiro estado de graça, um pequeno halo azulado pode-se notar acima dos seus cabelos. Logo seu companheiro fala algo baixinho só pra ela ouvir, e ela se levanta e assume sua posição na roda de conversa.
Decido deixá-los ali imóveis, uns dois ou três dias , o tempo que preciso para resolver outros assuntos, abrir uma conta num banco português, verificar a legislação do fisco e daí então volto com mais drama muito drama cheirando a naftalina .

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